Escapadas relâmpago no meio da semana são para poucos. Os compromissos e as responsabilidades são um fardo. Poucos são os que podem, menos ainda os que conseguem.

A decisão de partir veio despretensiosamente na noite anterior. Saímos na quinta, lá por umas 15hs, e voltamos no dia seguinte por volta do meio dia.
Tiro curto mas intenso. Deveríamos fazer mais disso.

Dirigimos por 1:30hs até um acesso discreto às margens da BR-277. Escondemos a caminhonete depois de um barranco. Descemos à pé uma trilha pouco conhecida, até às margens do rio, no pé de uma pequena cachoeira.

Deixamos o acampamento base apenas com nossas câmeras e uma mochila. Descemos o rio por alguns quilômetros. Caminhada lenta e atenta, parte à pé, parte à nado. A vontade é de sempre descobrir o que existe depois de cada curva do rio. É difícil decidir quando parar, mas o relógio nos disse quando retornar.

Descobrimos um platô lindo, que poucos já devem ter encontrado. Lá marcas de magnésio em pó, indicando um ponto de boulder secreto de alguns escaladores. Uma lona preta, camuflada por galhos de árvore e enfiada num vão de uma pedra revelou o equipamento dos escaladores. Agora aquele segredo não era mais só deles.

Nossas fotos nunca revelam o que acontece de melhor quando estamos no mato à beira do fogo. As lentes não registram as conversas e as risadas, o peixe e o porco sobre a grelha, a batata cozinhando na brasa, o vinho compartilhado entre amigos. A escuridão faz com que esse momento fique registrado apenas em nossas mentes e corações.

Fotos: Marcos Ribas e Gustavo Oliveira